Oriunda de uma família humilde Maria desde cedo foi " sugestionada " a fazer escolhas, escolhas essas que contribuíram ao mesmo tempo para a sua sanidade mental e estrutura emocional .
Começou a trabalhar cedo e a delinear metas e objectivos. Nas férias escolares trabalhava, às vezes o ambiente não era o melhor, mas ela concentrava-se no que queria fazer com aquele dinheiro e assim se superava nas dificuldades que o caminho lhe trazia.
Trabalhava muita vezes 12 horas diárias, trabalhava sempre em pé e em dias de muito calor pois era Verão.
Os anos passaram e Maria apesar de almejar fazer um curso superior percebeu também que era impossível financeiramente o fazer. As suas colegas seguiram o ensino superior e Maria continuou a trabalhar mantendo os seus objectivos. Para ela qualquer trabalho era digno desde que feito com entrega e dedicação, fez de tudo um pouco na vida.
Houve uma altura em que voltou a estudar, a formação que fez veio de encontro ao trabalho que entretanto exerceu por mais de uma década numa empresa. Nesse local percebeu que gostava de se relacionar com as pessoas e perceber as suas dificuldades mais do que somar números ou fazer vendas.
Tinha um lema interior, não fazer aos outros aquilo que não queria que lhe fizessem a ela, esta frase existia sempre dentro dela, chegou a pensar que alguém a tinha soprado nos seus ouvidos quando ainda criança...
Conquistou as suas metas iniciais, constituiu família e continuou trabalhando. Apesar das realizações materiais Maria cedo percebeu que existia uma inquietação interior que começou a não lhe dar sossego. Começou a sua busca e o entendimento profundo da sua humanidade. Entendeu que não era apenas matéria e que os seus corpos mais subtis se manifestavam tanto quanto o seu estômago quando tinha fome.
Na hora certa o universo lhe mostrou algumas das suas dimensões, inicialmente ficou como que surpresa e ao mesmo tempo parecia não entender nada, o que seria tudo aquilo que lhe aparecia em sonhos, em sensações, em pensamentos, pessoas que simplesmente lhe apareciam na vida e lhe começavam a falar de assuntos filosóficos...depois começou a recordar que já na sua adolescência vira um filme que a tinha marcado muito e que fazia algum sentido perante o que se passava agora na sua vida...e pensou estou a ficar como a actriz do filme...tanta informação, tanta confusão e não consigo chegar a conclusão nenhuma...
Mais uma vez a não abundância de dinheiro para comprar todos os livros e fazer todas as experiências de auto conhecimento levou-a novamente a ser selectiva e a analisar tudo muito bem antes de enveredar pelo que fosse. Mesmo assim passou por algumas experiências que a fizerem afastar de determinados assuntos e pessoas, durante vários anos.
Tomou contacto entretanto com uma filosofia prática, o Yôga e foi então o Yôga que a fez fazer um caminho mais profundo de conhecimento de si própria e superação de alguns situações de saúde até.
Com a prática e a formação Universitária do Yôga Maria encontrou muitas respostas mas também muitos questionamentos internos. Percebeu também que esta filosofia requeria humildade para a aceitar e para a colocar em prática. Entendeu que a correcção e a presença de um orientador era fundamental, assim como a lealdade se realmente queria chegar à meta desta arte.
Na continuação do contacto e formação com o Yôga deixou de fazer "vários furos" ao mesmo tempo na " procura da sabedoria ", concluiu que era tempo e energia gasta para nada, pois perdia o foco e a concentração.
Percebeu cedo que era necessário movimentar as suas energia, continuar a cultivar o seu coração, tal como aquela " vozinha um dia lhe tinha soprado nos ouvidos" .... não seria a leitura apenas de livros que lhe dariam as respostas que procurava, para mais que muitos dos livros eram a maior parte das vezes apenas escritos por curiosos em forma de especulações.
Entendeu aquela mensagem de " busque dentro de si, fora dos livros " que um dos mestre da arte lhe tinha ensinado na sua formação.
Tal como sempre tinha feito na sua vida, delineou o seu objectivo e dedica-se hoje a ele de coração. Na consequência da sua dedicação a sua sensibilidade trouxe-lhe uma caminho que trilha ao mesmo tempo, o trabalho com a cura. Este processo para ela é apenas a consequência da evolução da sua consciência. Faz sentido sabendo que a prática do Yôga desperta e acorda em nós dons e poderes que estão adormecidos e coloca-nos na frequência vibracional da energia cósmica que tudo cria e tudo transforma.
No Fundo desperta o ser humano para todas as suas capacidades adormecidas. Muitas crianças nos nosso dias já nascem mais despertas neste sentido, elas nascem em todas as famílias e em todo o lado. Precisam muito da nossa compreensão pois muitas vezes nas escolas são catalogadas como "diferentes". Apesar das manifestações que ocorrem nelas e porque ainda são crianças não têm a maturidade de saber lidar com as situações e sentem-se fora de contexto e muitas vezes infelizes...
Uma fábula que pode ser real,
Ana Luísa Paulo
" Não foram as posturas que ele adoptou, os gestos que fez, que o tornaram Buda; foram as suas qualidades excecionais. E, qualquer que fosse a posição em que ele se tivesse colocado, essas qualidades ter-se-iam manifestado...Se o homem não tiver nele verdadeiras condições interiores para a vida superior, nenhum exercício poderá colmatar essa lacuna."
Omraam
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