Sala cheia… de amigos, de gente conhecida, de gente nova, de energia, de emoções, de sorrisos, de expectativas…
Eu era uma no meio de tudo isto.
Como me senti?
Contente, porque havia muita gente.
Triste, porque faltava uma pessoa.
Fizemos dois círculos, pois éramos tantos que não cabíamos só num.
Demos as mãos para compor melhor os círculos.
Como me senti?
Desconfortável porque dei a mão a um rapaz que não conhecia e também porque tinha pouco espaço para me sentar.
Confortável porque estava na minha sala de prática - um lugar familiar onde me sinto sempre bem, como se estivesse em casa, no meu cantinho preferido - ; porque estava rodeada de gente simpática e amiga, gente civilizada, bem-educada, culta, saudável, gente com quem me identifico, enfim… gente bonita por dentro e por fora; porque havia no ar um aroma gostoso de comida que iríamos partilhar mais tarde; e, por último, porque estava perto da Ana, o que é sempre positivo.
Visualizámos bolas de Natal cheias dos nossos melhores sentimentos, valores e virtudes, aqueles que queríamos oferecer, compartilhar com os nossos colegas. De seguida, lançámo-las (as bolas e as virtudes) para o centro da sala, onde estava a comida.
Do meu coração saltaram primeiro bolas cor-de-rosa cheias de afecto, carinho, amizade e amor, logo seguidas de uma branca repleta de paz, depois surgiu timidamente uma bolinha pequenina de cor verde que saltou envergonhada para o meio da sala levando esperança, depois outras com gratidão, generosidade e caridade, também havia bolas douradas com inteligência, sabedoria e conhecimento que correram apressadas a juntar-se às outras, depois chegaram as bolas azuis carregadas de confiança, conforto e tranquilidade, por último, uma bola enorme, cor-de-laranja, cor da energia, que trazia a vontade de trabalhar e de criar, a iniciativa, o empenho, a dinâmica e a criatividade.
Como me senti?
Senti-me muito bem, muito alegre, quase eufórica, porque junto com as minhas bolas de Natal, havia centenas de outras bolas, transportando outras tantas virtudes. Parecia uma chuva colorida, doce e perfumada, uma chuva que não me tocava, não me molhava, mas me melhorava.
As bolas continuavam a saltar, deixando no ar, atrás de si, um rasto colorido e brilhante que caía levemente sobre nós como se fosse pó e nos impregnava de uma energia muito positiva.
Quando pensei que já não tinha mais bolas para lançar, apareceu a bola do orgulho. “Orgulho?” – pensei – “Será isto uma virtude?” Sim, orgulho de mim, dos meus colegas e da minha instrutora. Orgulho por não sermos mais ovelhas que vão atrás do rebanho. Orgulho por sermos seres pensantes, cultos e educados, preocupados com a nossa saúde, com o ambiente e com os outros. Senti orgulho deste grupo de pessoas que tentam conhecer-se melhor a si próprias para se aperfeiçoarem, para irem além do mundo das aparências e vencerem a ignorância interior.
Depois de tantas emoções, já com as baterias carregadas de uma nova energia, fomos finalmente confortar o estômago com os acepipes cozinhados por todos nós. Posso dizer que o cheiro não enganava: estava tudo divinal!
Sandra Tomás
Praticante do nosso Método
(Praticante há 9 meses)