Chuvinha num dia de Verão

A vida Surpreende-me tal como um dia de Chuva nos surpreende em pleno Verão.

No entanto eu percebo que a vida é mesmo assim:  Surpreendente!

Era eu uma fan da Agatha Christie na minha adolescência, adorava percorrer os mistérios daqueles livros antever os resultados antes dos encontrar escritos...seguia a intuição, apesar de gostar de surpresas raramente me surpreendia com os finais das histórias. Era como se houvesse nas histórias uma "matemática", uma equação onde o resultado podia ser encontrado... 

Então comecei a perceber que talvez fosse interessante ser eu a surpreender-me a mim própria antes que a vida me surpreendesse!. Esta postura abriu os meus horizontes e conduziu a minha vida a uma vida de aventura. Mais do que transformar por fora, transformei-me por dentro, essa transformação não pára de me surpreender a todos os instantes. A clareza que me traz instiga-me a progredir na descoberta de todos os seres humanos que procuram também se surpreender em "Si Próprios".

Somos imperfeitos, somos humanos, mas temos fé na conquista da nossa almejada perfeição!

" Não serão os nossos gritos a diferença e sim a força contida em nossas mais delicadas e íntegras acções"

                                                                                                                                                                 Mahatama Gandhi

Dedico estas emoções escritas a uma grande amiga do meu coração, Maria João Alves, uma mulher que sempre me surpreendeu pela sua força e energia. Apesar de utópico como ela diz, acredita na sua capacidade de vitória num momento critico da sua vida profissional. Também uma aventureira que se surpreende consigo própria:)

Com carinho,

Ana

  

Escolho meus amigos

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.

Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.

Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.

Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde